Curva 1 de Tarumã: outro trecho crítico do autódromo gaúcho — Foto: Fernanda Freixosa
Por Rafael Lopes — Rio de Janeiro
Administração não faz obras necessárias para dar segurança aos pilotos dentro do prazo: um mês antes, dia 19 de setembro.
Categoria fará segunda corrida na cidade paranaense em 2018
A antepenúltima etapa da temporada 2018 da Stock Car, marcada para o fim de semana entre os dias 19 e 21 de outubro, mudou de local, soube o GloboEsporte.com em primeira mão.
A Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) vetou o Autódromo de Tarumã, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, que não poderá receber as duas corridas da maior categoria do Brasil por motivos de segurança. O circuito foi o único dos dez presentes no atual calendário da Stock que não se adequou às exigências feitas pela Comissão Nacional de Circuitos da CBA.
E nesta sexta-feira, a maior categoria do automobilismo decidiu a praça substituta: Londrina, no interior do Paraná. Será a segunda corrida no Autódromo Ayrton Senna em 2018.
A Vicar foi comunicada da decisão da CBA na última quarta-feira, dia 19 de setembro. Desde então, empreendeu esforços para trocar o local da etapa, a décima do campeonato.
Londrina acabou escolhida como palco da rodada dupla por causa do sucesso de público na primeira etapa realizada no local, no dia 6 de maio, quando todas as arquibancadas, paddock e camarotes ficaram lotados para assistir às vitórias de Max Wilson, da equipe RC, e Lucas di Grassi, da RCM.
Desde o ano passado, a responsabilidade pela liberação dos autódromos é do engenheiro Luís Ernesto Morales, Presidente da Comissão Nacional de Circuitos da atual gestão da CBA. Ele também é o responsável, há alguns anos, pelas obras de adequação do Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, para o GP do Brasil de Fórmula 1. Desde que assumiu a função na confederação, a tarefa do engenheiro é mapear as condições de segurança de todos os autódromos que recebem categorias de âmbito nacional no Brasil, caso da Stock Car.
Os riscos de Tarumã sem as obras
Inaugurado no dia 8 de novembro de 1970 e palco da primeira corrida da história da Stock Car, em 22 de abril de 1979, o autódromo de Tarumã nunca passou por uma grande reforma estrutural.
Após a vistoria realizada por Luís Ernesto Morales no início do ano, uma série de problemas foi detectado.
O trecho de alta velocidade que compreende as curvas 8 e 9 era a maior preocupação.
A área de escape neste setor é muito pequena e, para piorar, tem muitas árvores logo após o guard rail.
Outro local preocupante é a curva 1, uma das mais velozes do automobilismo brasileiro, que também tem pouca área de escape.
Além disso, o uso da reta dos boxes para os campeonatos de arrancada trazia um risco ainda maior em caso de chuva: o VHT, usado para aumentar a aderência dos carros, fica extremamente escorregadio no molhado.
Desde o parecer da Comissão Nacional de Circuitos, a Federação Gaúcha de Automobilismo (FGA), a CBA e a Vicar, organizadora da Stock Car, empreenderam uma série de esforços para salvar a corrida em Tarumã. A CBA chegou a oferecer um empréstimo para viabilizar as reformas, mas os administradores do autódromo não conseguiram as garantias financeiras necessárias para dar segurança à operação financeira.
Depois disso, CBA, FGA e Vicar correram atrás de investidores para fazer as reformas necessárias, mas esbarraram no mesmo problema. O autódromo, controlado pelo Automóvel Clube do Rio Grande do Sul, não conseguiu oferecer as garantias para o investimento nas melhorias.
A gestão de Luís Ernesto Morales analisou todos os autódromos brasileiros ao longo dos últimos dois anos. Neste momento, o país conta com um autódromo "FIA 1" (apto a receber a maior categoria do automobilismo, a Fórmula 1): Interlagos. Além disso, possui dois "FIA 3" (para categorias com velocidade de até 250 km/h): VeloCittá e Goiânia.
Ao realizar as vistorias, Morales pediu mudanças de segurança em seis circuitos da Stock Car: Londrina-PR, Santa Cruz do Sul-RS, Velopark-RS, Cascavel-PR, Goiania-GO e Tarumã-RS. Destes, as situações de Santa Cruz do Sul e Tarumã eram as mais críticas. Todos eles se adequaram às exigências da Comissão Nacional de Circuitos da CBA, menos Tarumã.
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